29 dezembro, 2007

ABRA OS OLHOS PARA ABROLHOS

Diversidade de fauna e flora marinha associadas às belezas naturais deste arquipélago tornam o lugar um verdadeiro paraíso para moradores e turistas Ilha de Santa Bárbara onde funciona o Rádio Farol
Wagner Ferreira

Porta de entrada para os primeiros colonizadores da Europa, o arquipélago de Abrolhos está localizado no Litoral Sul do estado da Bahia, a cerca de 70 km da costa. Aos muitos quilômetros de praias maravilhosas orladas por coqueiros; a temperatura sempre morna de suas águas, são as preferidas pelas baleias da espécie jubarte para a reprodução. Por causa de sua formação de rochas vulcânicas, bancos de areia e conjunto de recifes de coral, sua geografia é considerada uma das mais raras e interessantes da América do Sul.
Em 1983, foi criado seu primeiro Parque Nacional Marinho do Brasil. Nele estão reunidas cinco ilhas: Redonda, Siriba, Guarita, Sueste e Santa Bárbara. Esta última tem a visitação vedada aos turistas por ser considerada área de Segurança Nacional, além ser um posto avançado da Marinha em relação ao continente, fazendo-se necessário à presença de militares residindo na ilha. Em Santa Bárbara está localizado o Radio Farol de Abrolhos, uma organização militar que só possui residência pros mesmos e seus dependentes. Sendo assim não existe infra-estrutura para o recebimento de turistas. Alem disso, é uma forma de contribuir para a preservação do meio ambiente da ilha.
Para desembarcar na Ilha de Santa Bárbara é necessário a autorização prévia do Comando do Segundo Distrito Naval em Salvador. Já as demais ilhas (Redonda, Siriba, Sueste e Guarita) são monitoradas pelo IBAMA, mas somente Siriba tem autorizada a visitação com o acompanhamento dos fiscais. “É a única ilha em que se pode desembarcar. Lá você poderá passar apenas 25 minutos, mas que com certeza serão inesquecíveis.”, orienta a operadora de turismo Patrícia Oliveira.


Baleias - No período entre julho e novembro, os visitantes do parque são agraciados com a visita das Baleias Jubarte, que estão lá nessa época para cópula e procriação nas águas quentes e rasas de Abrolhos, principal atrativo para um dos principais símbolos da preservação ambiental. A Jubarte foge do inverno antártico em busca de um refúgio tranqüilo e seguro para procriar e amamentar os filhotes. As baleias cantoras, como são conhecidas devido ao som que emitem, encantam visitantes e pesquisadores.
Charles Darwin - A visita ao arquipélago se completa com os atrativos deste trecho do litoral baiano que apresenta belas praias, manguezais e construções históricas. Um dos pontos de visitação é a cidade de Caravelas, fundada em 1574 por portugueses, está às margens do Rio Caravelas, no litoral Sul da Bahia. Lá estão conservados casarões do começo do século XX, quando a cidade era importante entreposto econômico do estado. Descoberto já em 1500 por Américo Vespúcio, Abrolhos foi alvo de estudo de Charles Darwin por volta de 1832. As colônias de corais sempre foram uma séria ameaça para os navios. Em 1939 o cargueiro italiano Rosalina naufragou em Abrolhos, virando atração para os mergulhadores. Outra personalidade que aportou no arquipélago foi Jaques Cousteau, famoso pesquisador francês. Em 1503, a expedição do descobridor italiano Américo Vespúcio passou por essa região e ele anotou na carta de navegação: "Quando te aproximares da terra, abre os olhos". Daí surgiu o nome Abrolhos para designar uma área cheia de recifes de corais (que chegam a ter 15 Km de extensão por 5 Km de largura), com cinco ilhotas

Principais atrações:
A noite: as noites em Caravelas costumam ser tranqüilas, mas com sorte poderá encontrar uma “seresta” ou um forró de nativos.

Clima: devido a fatores climáticos, a embarcação pode não sair na data prevista. Assim, os pacotes geralmente, têm alguns dias extras com passeios opcionais. Se não houver condição climática, existe devolução da parte marítima.

Mergulho: prepare-se com antecedência e faça um curso de mergulho. Se você não tiver disponibilidade de tempo, existem cursos rápidos com batismo em Abrolhos (consulte valores para o período de sua viagem). Se possível, leve seus equipamentos de mergulho. Para mergulhadores profissionais, o ideal é permanecer quatro dias embarcados, com mergulhos ilimitados e opção de mergulhos em naufrágios.

Passeios: não perca os passeios opcionais: na Ilha da Cassumba (almoço vegetariano e massagens) e nas praias do litoral sul da Bahia: Cumuruxatiba, Corumbau e Barra do Rio Cahy.

Telefones: sistema de telefonia via satélite com discagem DDD, DDI. Aparelhos celulares funcionam normalmente em terra firme.

Mergulhe em Abrolhos

Foto: Igor Carneiro

Viajar pelo tempo, contemplando imensos navios repousados no fundo do mar ao longo de mais de 500 anos é um show a parte que poucos lugares no mundo podem oferecer. Mas em Abrolhos, as pessoas que nunca mergulharam e não tem um curso de mergulho, podem ter todas essas atrações sem muito esforço e segurança. No arquipélago é oferecida a opção do batismo, uma modalidade aonde um instrutor vai junto com o turista, dando os primeiros passos para se mergulhar. O instrutor de mergulho, Igor Carneiro, que atua em Abrolhos, revela a importância de se preservar o meio ambiente, tratando sempre dos assuntos relativos à segurança, que pra ele são fundamentais neste ofício. “Costumo conversar sobre o lugar a ser visitado e gosto de enfatizar sempre a relação de respeito que se deve ter entre o homem e natureza, lembrando sempre que as únicas recordações que devemos ter do local são as fotos”, conscientiza Igor.
Já os mergulhadores mais experientes preferem o pernoite, pois as possibilidades de mergulhos são maiores e mais diversificadas. O que dá a possibilidade da visitação em navios naufragados e mergulhos noturnos. Durante o dia, nos passeios diários ao arquipélago, também podem ser feitos bons mergulhos. Na concepção do mergulhador Altimar Ribeiro, Abrolhos é uma reserva ambiental que deu certo, tendo o Ibama feito um ótimo trabalho, transformando o lugar num paraíso muito bem preservado. “Os mergulhos são incríveis, a diversidade da fauna e flora marinha nem se fala, são peixes de diversas espécies, tartarugas, arraias e até as grandes e graciosas baleias”, relembra Ribeiro. Em Abrolhos, os pacotes oferecidos pela Shark Dive variam de R$ 60,00 (passeios diários sem mergulho) até 1.000,00 (com 03 pernoites embarcados e mergulhos) e podem ser agendados através dos telefones: (75)8147-2644 \ (75)9131-4797 \ (75)3221-9969, ou e-mail: www. sharkdiveoperadora@gmail.com

18 outubro, 2007

QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO CONTRIBUI DIRETAMENTE NO DESEMPENHO DO FUNCIONÁRIO


Wagner Ferreira

Doenças causadas pela má conduta no setor de trabalho atingem o funcionário, e em conseqüência, compromete sua performance na empresa. Nas últimas décadas, problemas como esses vêm merecendo atenção especial não só dos trabalhadores, mas também dos empregadores. Entre as principais doenças reconhecidas pela Previdência Social ligadas à saúde do trabalhador, estão a lesão por esforço repetitivo- LER- e o distúrbio osteomuscular relacionado ao trabalho –DORT- que representam cerca de 65% dos casos.

Mas o esforço contínuo e repetitivo não influi sozinho para a indisposição do trabalhador no seu dia-a-dia. Problemas de ordem ergonômica, de iluminação e falta de higiene podem contribuir decisivamente para um mau desempenho, ou afastamento de um empregado por motivos de doenças respiratórias e de coluna. Dentre alguns problemas provocados pelas condições de trabalho adversas estão a síndrome da fadiga, o envelhecimento precoce, os distúrbios do sono e da sexualidade, além o estresse crônico.

Segundo a médica clínica, Paula Prata, é comum receber em seu consultório, no Hospital Santo Antônio, em Salvador, pacientes com problemas respiratórios como: alergia, coriza, espirro, ardência, tosse, faltar de ar, asma, e chiado no peito. O funcionário da empresa Postdata Bahia Gestão e Saúde, Marcos Paulo da Paixão, é um deles. Marcos Paixão diz sofrer bastante com o ar condicionado durante suas atividades: “sempre minha rinite ataca, e tenho que estar lavando meu nariz, e às vezes faltar ao trabalho", denuncia. Para Paula Prata, infecções respiratórias desse tipo são geradas pelos ambientes fechados, onde se tem um acúmulo de poluentes, os quais prejudicam aqueles que permanecem de oito a dez horas no local de trabalho.

Jornadas ininterruptas também podem desencadear uma infecção urinária. “Isso ocorre nas pessoas que não promovem em seu horário de trabalho pausas regulares para ir ao banheiro, e quando a urina é suprimida por muito tempo gera a infecção”, explica a médica. Outro alerta é sobre os ambientes refrigerados, que inibem a vontade de beber água, comprometendo o aparelho urinário. ”O ar condicionado engana o organismo camuflando a sede, com isso, as pessoas bebem menos água do que o corpo precisa, o que se torna outro agravante para a doença acontecer", conclui Prata. O digitador Joaquim Nabuco, é vítima regular da infecção na urina. Sempre tomando remédio para curar a doença, diz não adotar ações preventivas, como beber muita água, por exemplo: “não tenho tempo, se parar perco o raciocínio, só vou melhorar quando deixar um litro d’água do meu lado”, diz.

Os médicos recomendam que o local ideal de trabalho deva ter condições mínimas de higiene, iluminação e ventilação. Para a visão é imprescindível trabalhar com luz branca (fluorescente), sem sombra. A iluminação ruim ou em excesso causa cansaço visual, e a diminuição no rendimento no trabalho.

01 setembro, 2007

SEQÜESTRARAM ACM E A LIBERDADE DE EXPRESSÃO



Wagner Ferreira

Depois de ganhar o prêmio Geraldo Del Rey na 9º edição do Festival 5 minutos, promovido pela Fundação Cultural em 2004, o vídeo “O fim do Homem Cordial” causou um grande reboliço no meio artístico e político. O curta que teve a produção e direção de Daniel Lisboa, simula o seqüestro de um senador da República -fazendo alusão clara a ACM- feito por um grupo intitulado SUBv2.7 (Subversão 2 de julho), o qual imita as milícias terroristas islâmicas, que usam veículos de comunicação para terem suas reivindicações atendidas. Para isso, Lisboa se apropria de imagens geradas pelo jornal Bahia Meio-Dia, apresentado por Casemiro Neto, na produção do filme.

Após a premiação, a exibição do vídeo foi vetada pela Diretoria de Artes Visuais e Multimeios (Dimas) na sala Alexandre Robatto por pressão do governo, e o afastamento do então diretor da Dimas Sérgio Borges.
Reunidos em assembléia, 50 cineastas baianos protestaram em frente a Dimas, nos Barris, contra a censura e exigindo a retratação por parte da Diretoria de Artes Visuais, além da exibição do filme no mesmo local.

O diretor da Dimas que substituiu Sérgio Borges na época foi Jamilson Pedra, que nega ter havido boicote para a não exibição do curta, mas uma triagem para poupar os expectadores –que era composto em sua maioria de adolescentes- das cenas fortes. Já Borges afirma ter se afastado do cargo e não ter sido demitido.
O grupo que idealizou o vídeo parecia prevê o verdadeiro fim do “homem cordial”, que veio a acontecer no mês de julho deste ano. O fato encerrou o ciclo de malvadezas na Bahia, a qual já perdurava há mais de 50 anos.

18 agosto, 2007

JURISTAS ABUSAM DO USO DO LATIM EM PUBLICAÇÕES JUDICIAIS E DEIXAM O CIDADÃO CONFUSO



"Sub Judice", "Litis Decisio", "Actio Negatoria", são algumas das palavras em latim utilizadas na comunicação entre advogados e juízes através de atas e processos empoeirados do judiciário. O meio jurídico, na maioria das vezes, abusa dos verbetes latinos e cria uma comunicação paralela entre os juristas, o que deixa o interessado no resultado dos processos, o cidadão, à margem da discussão.

A justiça já vem abolindo alguns termos em latim, mas nem sempre se encontram sinônimos na língua portuguesa que tenham o mesmo sentido. “Há uma tendência muito forte dos tribunais em abolir o latim, quando possível”, explica o advogado Gildásio Moraes. O termo “Ad-judictia” é um exemplo da impossibilidade da conversão. A palavra não tem tradução no português, e é usada para comunicar ao juiz que o indivíduo deu a seu advogado o aval de procurador, podendo representá-lo em diversas causas. Já a palavra “Data Vênia”, uma das mais usadas, poderia ser somente “com licença”, “com a permissão”, mas ainda encontra resistência.

Com mais de meio século de experiência, Moraes diz ter tido aulas de latim na época em que ainda cursava o antigo ensino científico, e condena o uso em excesso dos termos estrangeiros. “Na nossa lei o uso de palavras estrangeiras é proibido nos processos”, alerta.

A utilização da Língua Mãe é tão frequente que até quem não tem formação em Direito acaba aprendendo as palavras. É o caso do funcionário do posto do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), Washington Luiz de Santana. O atendente forneceu 13 das três palavras latinas usadas neste texto em poucos minutos, sinal de sua intimidade forçada com o idioma quase extinto. No seu dia-a-dia no tribunal, Washington está sempre auxiliando uma ou outra pessoa que seja parte de processos, que não entendem o que está escrito nos documentos. O atendente vê com indignação o uso excessivo dos verbetes: “necessitamos incluir na pauta da reforma jurídica a mudança na forma como são redigidas as atas e processos para que o cidadão saiba sobre o que está reivindicando, diz”.

Já o juiz da 19º Região do Estado de Alagoas, Pedro Inácio da Silva, explica -em artigo publicado no site desse mesmo tribunal- porque as palavras ainda são usadas: "Sabemos o quanto é difícil redigir peças judiciais em linguagem acessível às pessoas comuns, pois o uso da técnica legitima o emprego de vocábulos e expressões cujo sentido escapa à maioria das pessoas", diz o juiz, que também é Presidente da Academia Alagoana de Letras.

Advogados mais novos não redigem um texto sem o auxílio de um dicionário de latim; é o “Vade Mecum”, livro criado para ser utilizado no dia-a-dia forense e acadêmico.

Nele se encontra grande quantidade de conteúdo jurídico. Estão inclusos diversas leis, decretos e resoluções, inclusive o Código de Trânsito Brasileiro. Há ainda Legislação de Direito Ambiental, Legislação de Direito Administrativo, Legislação de Direito Previdenciário e Legislação de Direito Internacional; Modelos de Contratos e Petições; Principais Prazos na Legislação Pátria; Expressões em Latim; Dicionário Jurídico; Dicionário da Língua Portuguesa e tabela de honorários advocatícios.

A justificativa mais lógica pelo uso da língua é o fato de que boa parte das leis que conhecemos hoje tem origem da Roma antiga. Naquele tempo, o latim e o grego eram como o inglês e o espanhol hoje, sendo indispensável o seu domínio. O antropólogo e teólogo Sebastião Heber esclarece que, para conhecer o sentido dos termos latinos não é uma questão de apenas decorar as palavras e o que elas significam, mas de estudar um pouco esse idioma já que se trata de uma língua técnica para essa área. “Usamos termos em inglês para vários setores: computação, aviação, Medicina etc, pois eles são mais práticos e universais para exprimirem ordens de comando, do mesmo modo no direito”, conclui Heber.

Volta das missas em latim – Em 2007, o Papa Bento XVI deu o direito aos padres de facultarem o uso do Latim nas missas. A decisão não é nova, já que a discussão vem desde o Concílio Vaticano II, que teve início no ano de 1962 no papado de João XXIII, e terminada em 1965, durante o papado de Paulo VI. Nestes três anos se discutiu e regulamentou temas pertinentes à Igreja Católica, inclusive o direito dos padres de realizarem cultos católicos na língua de seu povo, não impedindo que o latim continuasse sendo usado nas igrejas. “O padre que quiser pode celebrar a missa em latim, só que se deve ter bom senso. “A missa em português muitas vezes já é difícil de ser entendida, imagine em latim”, complementa o teólogo.

Abertura do Concílio Vaticano II

22 junho, 2007

COMPRANDO E FODENDO

Espetáculo exibido no Teatro Molière retrata cena urbana dos anos 90


Wagner Ferreira

A peça Shopping and Fucking que esteve em cartaz no Teatro Molière no último final de semana, mostrou ao público a realidade do cenário urbano mundial vivida nos anos 90. O texto original é de Mark Ravenhill, um dos escritores britânicos mais controversos e bem sucedidos a emergir nesta década. O espetáculo consagrado em mais de 50 países retrata uma juventude de drogas, desesperança e desemprego, além de resumir muito bem temas como, sexo e consumismo, comportamentos ainda visíveis nos dias atuais.

No Brasil teve sua primeira versão em São Paulo, através do diretor Marco Ricca em 1999, tendo Rubens Caribé e Silvia Buarque no elenco. Sua segunda montagem em terras brasileiras veio em 2007, depois do diretor Fernando Guerreiro (Vixe Maria e A Bofetada), estar com o roteiro nas mãos por quatro anos. O elenco é composto por: Celso Júnior (Brian), Edvard Neto (Mark), Rodrigo Frota (Robbie), Emiliano D’Ávila (Gary) e Jussilene Santana fazendo a “Lulu”.

Tudo começa num Self-Service, quando Lulu e Robbie tentam dar algo de comer para Mark, que é viciado em drogas. A tentativa não surte efeito, e Mark percebe que seu vício vira ameaça. Isso o faz procurar uma clínica de reabilitação, saindo pouco depois. Nas ruas, encontra Gary, um jovem garoto de programa, o qual se apaixona. Nesse meio tempo, Lulu tenta arrumar um trabalho como atriz, sendo testada por Brian com a entrega 300 cápsulas de êxtase para repassar. Nisso Robbie oferece ajuda a Lulu na venda da droga, entusiasmado, acaba doando todas as pílulas numa festa. Brian ameaça o casal, que para levantar o dinheiro, começam a vender sexo por telefone. O clima esquenta quando Mark apresenta Gary a Lulu e a Robbie, que fica enciumado.

31 maio, 2007

APOSENTADOS DO BANCO DO BRASIL TEM ESPAÇO DE LAZER E DEBATE


Wagner Ferreira

Nas agências do Banco do Brasil localizadas no Comércio e na Piedade funcionam as salas da Associação dos Antigos Funcionários do Banco do Brasil (AAFBB). Os espaços são abertos de segunda à sexta-feira, das 8 às 17h nestes bairros, reunindo aposentados que buscam um ambiente onde podem rever velhos amigos e também discutir assuntos de interesse da classe inativa. Entre os temas estão a Caixa de assistência dos funcionários do BB (CASSI) e a Caixa de Previdência dos Funcionários do BB (PREVI).

O afiliado da AAFBB além de usufruir um ambiente agradável, e encontrar antigos colegas, lá ele pode participar de assuntos os quais são de inteiro interesse dos funcionários inativos, como votações, auxílio jurídico, informações sobre seus direitos e advento de novos benefícios que os contemplem.“É um ambiente onde discutimos os nossos interesses. Damos informações aos aposentados, como proceder para requerer o auxílio funeral, o seguro de vida, e a pensão”, explica Carlos Augusto Bohana, representante da associação na capital.

Não só temas sérios são abordados nas salas, há muita diversão também. Na filial Comércio, os antigos funcionários chegam cedo, e alguns gostam de ler jornais do dia, além de jogar dominó. Já na Piedade a diversão é o gamão, muito disputado por lá. Segundo o representante da AAFBB, é comum a visita de funcionários da ativa que utilizam a sala para descançar no horário do almoço e assistir TV, uma vez que as sedes da associação no Comércio, e na Piedade funcionam nos próprios prédios dos bancos. “Não temos nenhuma restrição. Independente de serem sócios recebemos alguns de nossos colegas da ativa que vêm aqui a fim de ler e assistir televisão”, comenta Bohana ao afirmar que cerca de 30 pessoas freqüentam por dia as instalações da AAFBB. “A rotatividade é muito grande, sempre chega um e sai outro”, comenta.

O aposentado Júlio Francisco da Silva, de 80 anos, freqüentador ativo da instituição há quase 30 anos, é um dos funcionários mais antigos do banco, e relata um pouco da sua longa jornada como colaborador no BB: “Entrei no banco em 1954, na agencia de Nazaré das farinhas, dez anos depois indo para a cidade de Cruz das almas, me aposentando em 79”.Sr. Júlio diz ir à associação em dias alternados, e aproveita para visitar sua filha Marilene da Silva, aposentada e agenciadora do seguro de vida da AAFBB. “Não só venho aqui para bater papo com os colegas, mas venho ver minha filha também”, diz Sr. Júlio.
Marilene da Silva, que se aposentou em 1996, fala de quem pode aderir ao seguro de vida, e em conseqüência afiliar-se à associação: “Não só o associado AAFBB pode dispor do seguro, mas também o não-associado. A partir do momento que é feito o contrato do seguro, o contratante se torna afiliado a instituição”, explica.

O valor da mensalidade pode variar de acordo com a faixa etária do segurado, e a premiação também. Por exemplo, no caso do falecimento do titular entre a idade de 14 a 35 anos a família recebe um valor máximo de 400 mil. “O seguro é agenciado através da corretora Dom Pedro II, e o aposentado pode aderir até aos 80 anos”, explica a agenciadora da sede Piedade Lúcia Regina Gomes. A AAFBB também conta apoio jurídico dispondo de advogados com valores diferenciados para sócios, representando os afiliados em causas diversas.

História
- Fundada por antigos funcionários do Banco do Brasil no Rio de Janeiro, a AAFBB existe desde 1951, e tem sedes nos estados em que o BB funciona. Na Bahia começa a funcionar em 1981 sendo quatro núcleos. Além das duas da capital existe uma em Ilhéus e outra em Itabuna. O representante da capital Carlos Augusto Bohana diz que sem o apoio dos administradores do BB seria impossível a associação existir, e junto com seu representante adjunto, Antonio Rubens de Almeida Barros, reconhece a ajuda dos colaboradores: “Agradecemos ao superintendente regional Afonso Dezena e a todos gerentes por terem nos apoiado”.


Informações: 3320-7198/5363

22 abril, 2007

RELAÇÕES PÚBLICAS + JORNALISTA = ASSESSOR

Wagner Ferreira

Com a evolução dos meios de comunicação veio a necessidade das grandes empresas que dependem da relação com a imprensa se adaptarem às novas formas de difundir sua imagem.
O grande empresário via a necessidade de falar a mesma língua da TV, do rádio, ou das revistas impressas. Era necessário que sua propaganda chegasse aos noticiários em forma de notícia.
Mas como produzir esses textos jornalísticos se a grande maioria das empresas só dispunha de relações públicas? Precisaria-se de um tradutor, alguém que soubesse como funciona a redação de um jornal, e o que lhes interessavam como notícia. Este profissional é o assessor de imprensa. Comunicólogo com habilitação em jornalismo. Mas por ter o perfil de promover um bom relacionamento junto ao público, o habilitado em relações públicas já fazia algumas coisas que o assessor faz hoje.

A falta de vagas nas redações fez que boa parte dos jornalistas buscasse as agências de assessorias para poderem exercer seu trabalho. Atualmente é visto com preconceito por boa parte dos colegas que tiveram mais êxito atuando como repórter ou editor. Nessa nova velha função, (pois já existia desde 1909 quando o então Presidente Nilo Peçanha criou a Secção de Publicações e Biblioteca, para reunir e distribuir informações por meio de notas dos Ministérios da Agricultura, Indústria e Comercio), os jornalistas desempregados encontraram onde passar a crise da falta de vaga nos jornais.

Ao poucos foram tomando os lugares dos relações públicas, por principalmente ter a linguagem jornalística, escrevendo release e sugestões de pauta que eram aceitas pelos veículos com muito mais êxito. Hoje o assessor de imprensa é figura imprescindível no processo de captação de matérias. Ele não só difunde os acontecimentos de seu assessorado como facilita o trabalho dos repórteres promovendo entrevistas quando possíveis.

Para os que trabalham na busca diária da notícia, ter um colega atuando do outro lado, fornecendo pautas aproveitáveis, preparando e orientando os repórteres para quando determinada fonte estará disponível é de grande ajuda. Mesmo com todo esse auxilio, o assessor ainda é taxado como não jornalista. Isto ainda acontece pelo fato do assessor está vinculado a empresa que trabalha de forma tão evidente, a tratando como cliente.

Nessa lógica o mau assessor age como advogado, que defende sua clientela independente do erro que tenha cometido, criando verdades onde existem mentiras, omitindo fatos que vá comprometer a imagem da firma assessorada, produzindo uma defesa a ser apresentada num tribunal, que no caso seria a imprensa.
O fato de estar atrelado à empresa, também acontece com o profissional que trabalha nas redações, pois este também se submete à linha editorial do jornal que presta serviço, muitas vezes sendo obrigado a não publicar matérias que vá comprometer negativamente algum anunciante do jornal. Todos sabem que jornalismo independente não existe. Caso algum dia se tenha a desvinculação dos jornalistas das empresas jornalísticas, atuando como profissionais liberais, ainda assim, haverá o comprometimento do mesmo com sua própria consciência, que fará tendenciar seu comentário ou matéria a favor de seus ideais.

O jornalista português Carlos Fino discutiu no programa observatório da imprensa na TV (24/06/03), a questão da desvinculação do jornalista que atua como assessor de imprensa junto ao seu sindicato, para que não haja duvidas sobre sua nova atribuição, evitando assim o livre transito de uma função e outra. Conseqüentemente resolveria a falta de credibilidade vista em alguns profissionais que trabalham assessorando e produzindo matérias jornalísticas ao mesmo tempo. Com esta solução ficaria claro pra quem o jornalista/assessor estaria comprometido, com o público ou com empresariado.

Já os profissionais de relações públicas, estão mais preocupados com seus cargos, cada vez mais ameaçados. E reclama da crescente “invasão” dos jornalistas demitidos das redações, indo direto para as assessorias. Muitas vezes sem saber fazer um press release, um plano de comunicação, organizar uma coletiva ou mesmo elaborar um relatório. Sendo assim, sugere que seja feita pelo sindicato da categoria uma prova, ao estilo da OAB, para testar os conhecimentos do jornalista aspirante ao título de RP e, após a aprovação, conceder-lhe o direito de atuar na área.

Num mercado tão competitivo os princípios morais de cada profissão podem ser deixados de lado, dando lugar à necessidade de sobrevivência. Sendo assim, o que seria do jornalista que descobre um grande escândalo na empresa que assessora pela manhã e ter ou não que divulga-lo no jornal que trabalha à tarde? Este seria um dilema difícil de resolver para aquele mais ético na profissão, e bastante fácil para o que só está no ramo por dinheiro. Este certamente colocaria as duas opções na balança e escolheria a mais rentável.

Leia mais: JORNALISTA? TEM CERTEZA?

10 março, 2007

PACOTES ESPECIAS DE VIAGENS PRESENTEIAM NOIVOS


Wagner Ferreira

Se perguntarmos a qualquer casal que estiver próximo do casamento qual presente gostariam de ganhar, a resposta será quase unânime: uma viagem. Seja ela para países europeus como Espanha, Áustria e Suíça, ou paraísos locais do litoral baiano.

Presentear os noivos de forma tradicional vem sendo cada vez mais substituído por viagens programadas por parentes e amigos dos recém-casados. Nesse pensamento, principais agências de viagens do Brasil organizam e disponibilizam pacotes especiais incluindo passagem aérea e hospedagem, indicando também serviços de buffet e aluguel de roupas, caso ainda não tenha acontecido o casamento.

O vale presente, como é chamado pela maioria das agências funciona da seguinte forma: os noivos escolhem sua agência preferida levando a lista de convidados do casamento. Nela serão confeccionados cartões identificando a sugestão do presente com nome da agência de viagem. O cartão é recebido por e-mail ou junto com o convite para a cerimônia. Depois disso basta procurar a agência mencionada no cartão e fazer a contribuição, que pode variar entre R$ 20 e 250, em média. Estes valores não são informados no cartão, e sim na própria agência, tornando o serviço discreto e elegante.

O total arrecadado servirá para criar um fundo onde quitará ou auxiliará os noivos no pagamento da viagem escolhida. Caso o valor não seja atingido, a agência pode oferecer pacotes mais em conta de acordo com a cota adquirida.

Em Salvador, três grandes agências disponibilizam o serviço: a Pinheiro Turismo com 26 anos de experiência no ramo de pacotes turísticos; Meeting Tour e CVC Turismo. Sendo que esta última através de seu site, dispõe de um cadastro onde se pode criar a lista de convidados e presentes, definindo o valor a ser sugerido para as cotas. Os convidados receberão por e-mail o convite e a sugestão de presente dada pelos noivos.

Maria Helena Felix e Maria Ângela de Azevedo são diretoras da agência de turismo Meeting Tour, e falaram que o serviço existe na Bahia há alguns anos sendo disponibilizado pela empresa há quatro, vindo a receber muitos elogios dos noivos. Foi o caso do casal de advogados André e Joanna Pessoa, onde já haviam programado uma viagem à Paris, e com o pacote especial puderam ampliar o roteiro.“Ganhamos muitos presentes repetidos, e se não tivesse sido à viagem haveria ainda mais presentes iguais”, disse Joanna, que completou relatando a satisfação não só dela, mas dos seus amigos e parentes por poderem proporcionar à viagem a eles: “Fiquei sabendo através do pessoal da agência o contentamento de meus padrinhos e amigos, que ficaram muitos satisfeitos pela forma discreta como é feita a captação dos valores. Mas a melhor notícia ainda estava por vir, ficamos sabendo também que já tínhamos o valor para pagar a viagem à França e poderíamos ampliar o roteiro para o Vale do Loire e Espanha. Ter nosso sonho realizado dessa forma foi maravilhoso!”

“O destino escolhido pelos noivos pode variar devido à época do ano. No mês de junho viagens ao sul do Brasil é mais comum devido à baixa estação na Bahia. Nos destinos internacionais a escolha é bastante variada podendo ir das Ilhas Maurício aos Emirados árabes, disse Maria Helena”.

Maria Ângela de Azevedo falou sobre à vantagem de optar pela viagem através das cotas. Segundo ela é vantajoso por não haver o risco dos noivos estarem com presentes pagos nas lojas citadas como opção de compra, e chegando lá haver diversos presentes parecidos, ou que sirva para mesma coisa, tendo que ficar com crédito nessas mesmas lojas para uma retirada posterior.

A nova forma de se presentear vem sendo cada vez mais procurada por casais que sonham com uma viagem de lua-de-mel. Comparando com presentes usuais de casamento, uma viagem à Barra Grande incluindo ônibus e pousada com café da manhã por 4 dias sairia aproximadamente por R$ 1,300,00, seria o preço de uma geladeira por exemplo.

Mesmo assim, a viagem paga por cotas não é vista por Eliana Callado, diretora de vendas da Quatro Cantos turismo, com tanta facilidade. Ela conta que quando as cotas são distribuídas indiscriminadamente, pode não surtir o desejo esperado. Muitas vezes convidados que não são muito próximo dos nubentes não contribuem deixando a viagem à ser paga exclusivamente por amigos íntimos e parentes, o que não seria o ideal.

Fontes: Agencia de viagens Meeting Tour, Pinheiro viagens e turismo, CVC turismo e Quatro Cantos Turismo.
http://www.meetingtour.com.br/, http://www.cvc.com.br/, http://www.pinheiroturismo.com.br/, www.quatrocantos99@hotmail.com

19 fevereiro, 2007

O BRASIL É MAIS RICO QUE OS EUA

Moramos num país que tem mais riquezas que um dos mais ricos do mundo. O Brasil. E se pararmos pra analisar sem muita profundidade chegaremos a essa conclusão. Basta fazermos uma comparação com o modo de vida americano, começando pela água; Embora tenhamos aproximadamente 25% da reserva mundial de água doce pagamos o dobro que os americanos pagam.

Pagamos 60% a mais nas tarifas de eletricidade e telefone, mesmo tendo 95% da produção de energia em nosso país oriunda de hidroelétricas (mais barata e não poluente), enquanto nos Estados Unidos é consumida a energia vinda das usinas termelétricas altamente poluentes que são à base de carvão e petróleo, além das perigosas usinas nucleares.

Pela gasolina, qual sua matéria prima o petróleo, produzimos cerca de 75% do consumo nacional pagamos o dobro que os americanos pagam. Sendo essa de péssima qualidade, acabando com os motores dos carros. Sem contar com as misturas feitas para beneficiar os usineiros de álcool.

Já nos EUA se paga por uma gasolina pura e sem mistura um valor estabilizado á vários anos até a chegada do furacão “Katrina”, que elevou um pouco o preço do litro na bomba. Mesmo assim chegando a cerca de US$ 0,79, aproximadamente R$ 1,75 na maioria dos estados americanos.

Em um veículo que custa R$ 20 mil para os americanos pagamos R$ 40 mil, dando para o governo R$ 20mil para gastos sabe lá onde, já que os serviços públicos no Brasil não chegam nem perto dos Estados Unidos.

No estado da Flórida o governo estadual cobra apenas 2% de imposto sobre o valor agregado (equivalente ao ICMS no Brasil), e mais 4% de imposto federal, o que dá o total de 6%. No Brasil pagamos 18% só de ICMS.

Reclamamos o tempo todo de sermos pobres e nos queixamos do nosso vizinho Tio Sam por não nos ajudar, mas não nos importamos de pagar ICMS, PIS COFINS, CPMF, ISS, IPTU, IR, ITR, e outras dezenas de impostos taxas e contribuições e mesmo assim saímos correndo atrás do trio sabendo que tudo aumentará depois do carnaval.

Trabalhamos quatro meses do ano para pagarmos impostos, seja eles diretos ou indiretos. Já nos EUA é isento de pagar o imposto de renda aquele cidadão que tem renda menor que US$ 3 mil por mês (cerca de R$ 7020), enquanto aqui no Brasil o mesmo é pago a partir de 1257,12.

Para termos escolas de qualidade temos que pagar, e pelos livros também. Nos EUA se tem tudo isso do governo.

No caso de um automóvel com o valor do IPVA em R$ 1700, 00, nos Estados Unidos pagaríamos US$ 15,00 de licenciamento anual não importando o tipo do veículo.

Além de todos esses números elevados de consumo ainda sustentamos cerca de 20% da população economicamente ativa. Nos EUA são apenas 4 %.

Por isso não faltam argumentos para dizer que temos o país mais rico em recursos naturais, apesar de ter servido de colônia de exploração de Portugal por muitos anos, diferente dos Estados Unidos que serviram de colônia de habitação pelos ingleses.

Somos também ricos por pagarmos tanto sem ter de onde tirar. Temos sim a nação mais rica, e se olharmos pela janela de nossas casas veremos isso. As melhores condições climáticas são as nossas. Possuímos uma extensão territorial equivalente a de um continente, somos quase auto-suficientes em tudo, e para que sejamos suficientes por completo só falta nossa vontade, tomando as decisões certas através das urnas, indo de encontro a toda essa injustiça seja ela tributária, social ou política.

Países sem recursos próprios como o Haiti, congo, ou Serra Leoa, podem até culpar os países ricos por não os ajudarem, mas não precisamos de ajuda, precisamos sim de parar de massacrar nosso povo através de taxas tão altas que nem americano pode pagar.

10 fevereiro, 2007

SAC CADA VEZ MAIS SE DISTANCIA DA EXCELÊNCIA


Projeto pioneiro do governo carlista espera injeção de ânimo nos funcionários

Wagner Ferreira

Neste ano o SAC (Serviço de Atendimento ao Cidadão) completará 12 anos de prestação de serviços públicos à população. Quando foi fundado veio com a idéia de unir diversos órgãos públicos num só lugar, ampliando os serviços e prestando atendimento de excelência, diferente do que era o atendimento público antes.

O serviço conta hoje com uma rede de 25 postos fixos, sendo oito na capital e 17 no interior do Estado, além de duas unidades do SAC Móvel, para atendimento itinerante.

Muitas pessoas não lembram a forma que eram tratadas na maioria dos atendimentos públicos. Grande parte dos funcionários do Estado tratavam sua clientela com desdém e brutalidade, certo de que estavam imunes por serem concursados.

Com a vinda do SAC essa realidade foi mudada e o cidadão passou a ser tratado como tal, desde sua entrada, sendo logo abordado de forma gentil por um atendente denominado “apoio”, lhe perguntando se seria possível ajuda-lo, e qual seu serviço desejado. Era o paraíso, em todo o Brasil, não existia serviço público, qual tinha serviços em sua maioria gratuito, que tratasse com tanta cordialidade o cidadão.

Além da excelência no atendimento havia rapidez na confecção dos documentos emitidos pelos SAC’s. Carteira de identidade, carteira de trabalho, eram entregues em minutos, fazendo da idéia criada no governo PFL em setembro de 1995, ser copiada em 22 estados brasileiros e países como Portugal e Colômbia.

Em 2004 a ONU (Organização das Nações Unidas) concedeu o Premio do Serviço Público das Nações Unidas, consagrando um serviço que funcionava com louvor.

Hoje quem vai aos postos do SAC ainda é bem atendido, e consegue ter uma gama de serviços a seu dispor num só lugar, mas não com a mesma excelência tão comentada pelos idealizadores do projeto no passado. Nos três primeiros anos de funcionamento do SAC havia uma motivação notória por parte do então Governador junto com seu secretario da administração em conseqüencia seus coordenadores. Foram criadas novas coordenações, eram dados cursos de reciclagem a fim de lapidar o funcionário no tratamento com o cidadão, implantou-se o SAC-FÁCIL, um sistema de emissão de senhas informatizada a qual era previsto o horário do atendimento. Certamente os responsáveis pela administração e manutenção dos postos já tinha certeza que um projeto que já começou vencedor iria ter vida longa.

Tanta tecnologia, investimentos altíssimos em propaganda; (o SAC se tornou o carro chefe das campanhas eleitorais do PFL nos anos seguintes a sua criação), talvez tivesse tido melhor aplicação se também houvesse investimentos na base de sustentação do serviço; o funcionário. Depois dos três primeiros anos eram concedidos pouco mais de 3% de aumento anual, causando assim uma estagnação salarial chegando hoje, um servidor indireto a receber pouco mais de um salário mínimo, por uma carga horária de 36h semanais, sem direito a ticket lanche (ganho na justiça, com direito a receber o retroativo desde 2005), mas sem receber até a presente data.

Greve - A situação ficou mais grave quando nos meses que antecediam as eleições para o governo do estado em 2006 ocorreram diversos atrasos no pagamento dos salários dos terceirizados, causando greves em alguns postos e demissões por isso. Os atrasos salariais se estenderam até próximo do final do ano.

Coincidentemente a empresa que presta serviço ao SAC nesses quase 12 anos é a mesma; Postdata Bahia Informática, que por algum motivo, talvez os mais obscuros possíveis tenha mudado a razão social para Postdata Gestão e Saúde. Apesar de toda sua mau atuação como prestadora de serviço e ser a principal causadora da primeira greve em mais de dez anos nos SAC’s, a empresa vem ganhando o que chamam de processo de licitação sob um critério que não parece ser o mais claro ou entendível.

Além da falta de reconhecimento vem a grande pressão que os funcionários sofria e sofre por ter que representar uma das mais bem sucedidas idéias implantadas por um governo estadual. Premio da ONU, aceitação da população, referencia para outros governos, tudo isso teria que se manter nos anos que iriam vir. O problema é que a omissão e descaso que antes era imposta aos funcionários oriundos das secretarias, se repetia com os terceirizados, deixando o modelo de referencia e excelência reeditar o mau atendimento antes prestado pelos servidores públicos.

Dessa forma o funcionalismo publico nunca vai estar motivado com um sistema que visa dar méritos exclusivamente aos que estão no poder, esquecendo do que está ali no dia-a-dia, ouvindo muitas vezes palavrões, mas mesmo assim prezando o que lhe foi passado nos cursos de atendimento, lutando para que a idéia SAC e excelência no atendimento se perpetuem.

Nos últimos anos é visível o aumento de queixas e reclamações por parte dos usuários do serviço. Quando não reclamam da demora no atendimento reclamam do mau tratamento vindo não só dos funcionários como da própria gerencia dos postos ou seus coordenadores.

Mas pelo jeito essas denuncias não saem das ouvidorias, sendo abafadas e trocadas por números macro de atendimento.

Torna-se um efeito em cadeia que começa na insatisfação do funcionário todo esse tempo, sem plano de carreira ou melhoria nas condições de trabalho, muitos com qualificação, mas sem ter uma oportunidade, tirando a motivação diária em prestar um bom serviço à população.

O funcionamento dos SAC’s hoje é imprescindível, isso é claro. Nenhum cidadão baiano ou de outro lugar que vem ao estado consegue imaginar uma forma de atendimento diferente da que o SAC ainda presta. Mas se fomos voltar num passado recente, o serviço está se distanciando de forma muito rápida da idéia inicial.

29 janeiro, 2007

MISTURAR É O QUE DÁ LUCRO

Festival de verão deixa de ser um evento segmentado para virar uma prévia do carnaval.

Wagner Ferreira

O show de Bem Harper talvez sirva de exemplo aos organizadores deste que é sem dúvida o maior evento de música do verão brasileiro depois do carnaval.

O cantor e surfista californ
iano foi uma das atrações internacionais que teve maior aceitação de um público que em sua maioria tem um gosto variado, que tendencia para o ritmo da Axé Music.


Já com o rapper de influência judaica, Matsyaho, e a cantora da Black Music americana, Gloria Gaynor, foi diferente. Isso aconteceu pelo fato da organização do evento distribuir os shows de forma aleatória misturando estilos musicais em todos os seus dias.

Mas um dos fatores que pode ter ajudado para que a apresentação de Bem Harper tenha sido melhor sucedida entre as três internacionais, é atribuido a sua influencia da musica Reggae, estilo bastante apreciado na Bahia.


Essa mistura de sons deixa de respeitar a individualidade de quem vai ao festival a fim de curtir seu artista preferido, tendo que antes ou depois ouvir estilos não condizentes com sua preferência.


Nas primeiras edições do Festival de Verão houve uma distribuição de ritmos mais democrática, trazendo atrações internacionais como Spy vs Spy, e Men at Work, com bandas do cenário alternativo brasileiro abrindo seus shows. Com isso, o público poderia escolher o dia que sua banda favorita tocaria, evitando ter que aturar um tipo de música que não fosse de seu gosto.


Está bem claro que a formula do Festival é a mesma do carnaval da Bahia; a de está lotado todos os dias, mesmo que isso cause um choque de culturas, seja ela pop, rock ou popular brasileira.

Pesquisa - Ainda nos primeiros três dias do evento a direção da festa promoveu uma pesquisa com o público. Os espectadores agiram de forma esperada, preferindo as atrações nacionais locais, às internacionais ou de outros estados.

É claro que esta pesquisa de nada vale, já que é feita num contingente de pessoas que vão ao festival com intenção primordial de curtir, independente do que esteja no palco.


Trata-se de um público com um percentual muito grande de turistas e veranistas, os quais vêem o evento como uma prévia do carnaval. Assim é de se esperar que o resultado da pesquisa indique preferência para as pratas da casa.

Leia mais: NADA SE CRIA, TUDO SE COPIA

26 janeiro, 2007

O DIA EM QUE LOBÃO DESAFIOU A RAINHA GLOBAL



Wagner Ferreira


Um ano depois de ter sido preso por porte de cocaína, Lobão é convidado a tocar no Domingão do Faustão. Isso aconteceu no dia das eleições presidenciais de 1989. A disputa estava em 2º turno, e pra quem não lembra era entre Collor e Lula. A Rede Globo era simpatizante de Collor, pela mesma razão que foi dos presidentes da época da ditadura; Visava o controle total da comunicação. Mas Lobão mostrando toda sua polêmica canta de forma sarcástica a música da campanha do Lula ao vivo, e ainda por cima incentivou a platéia a cantar em coro o tema que elegeu o atual presidente à 4 anos atrás.

O cantor é bastante irônico ao falar: “Ainda estou no ar!”, e realmente continua e canta a música dizendo: “Sem crime eleitoral!”

A globo através do seu mais “pentelho” apresentador se faz despercebida e mantém o cantor no ar, porém depois disso Lobão é banido da tv aberta por muitos anos.

Veja este o vídeo também no You Tube clicando no título deste texto.

06 janeiro, 2007

O LENHADOR

Existiu um lenhador que acordava todos os dias às seis da manhã e trabalhava o dia inteiro cortando lenha. Só parava tarde da noite.
Esse lenhador tinha um filho, lindo, de poucos meses, e também uma raposa, sua amiga, tratada como bicho de estimação e de sua total confiança. Todos os dias o lenhador saía para trabalhar e deixava a raposa tomando conta do seu filho. Todas as noites, ao retornar do trabalho, a raposa ficava feliz com sua chegada. Os vizinhos alertavam o lenhador a toda hora. Diziam que a raposa era, afinal, um bicho, um animal selvagem e, portanto não era confiável. Quando ela sentisse fome certamente iria comer a criança.
O lenhador, sempre retrucando com os vizinhos, falava que tudo isso era uma grande bobagem. A raposa era sua amiga, jamais faria uma coisa dessas.
Os vizinhos insistiam:
-Lenhador, abra os olhos! A raposa um dia ainda vai comer seu filho. Quando sentir fome, comerá seu filho!
Um dia, muito exausto do trabalho e já cansado de tantos comentários, o lenhador chegou em casa e deu com a raposa sorrindo como sempre, mas desta vez com a boca toda ensangüentada. O lenhador suou frio e, sem pensar duas vezes, acertou o machado na cabeça do animal. Ao entrar, desesperado, no quarto do filho, encontrou a criança no berço dormindo tranqüilamente e, ao lado da cama, uma cobra morta.
O lenhador enterrou o machado e a raposa juntos.

Se você confia em alguém, não importa o que os outros pensem a respeito; siga sempre o seu caminho e não se deixe influenciar. E, principalmente, nunca tome decisões precipitadas.

Texto retirado do livro "O que podemos aprender com os gansos", de Alexandre Rangel.