07 abril, 2010

PARABÉNS AOS REAIS DEFENSORES DO POVO

Desde que Gutemberg inventou a prensa, daí o nome Imprensa, o jornalista, seu principal operário, vive dias de lutas e protestos. Seja em nome da liberdade de imprensa – com ética e responsabilidade - seja em nome da classe, quando busca melhores condições de trabalho e remuneração digna.

Após o Golpe de 1964, várias profissões práticas exercidas por profissionais sem o diploma de nível superior, como os rábulas (fazia o papel do advogado), práticos em odontologia e até parteiras foram proibidas. A exigência do diploma de jornalista veio em 1969, por meio de um decreto do então regime militar.

A regulamentação para os profissionais do Direito veio ainda na década de 60. Apesar de o corpo jurista ter suas reivindicações atendidas nessa época e de certa forma, compartilhar os mesmos interesses que a classe jornalista: o de regulamentar suas profissões, um “gênio” do Direito resolve passar uma borracha em toda a história de luta para as profissões com diplomas exigidos pós 64.
Mas ao invés do presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, punir a todos, ele escolheu os jornalistas como bode expiatório e decretou, através da votação de nove ministros do Supremo, a não obrigatoriedade da exigência do diploma no exercício da profissão em veículos de comunicação.

Apesar de a data de hoje ser de comemoração, a labuta do jornalista é de protesto. É mais um dia para o real defensor público, sem ser bacharel em Direito. Mas e o diploma? Este não foi preciso para uma classe que detém a confiança das pessoas que, sem pesquisa de opinião, se tornou uma das profissões mais respeitadas do mundo, apesar de alguns profissionais insistirem em manchar a seus representantes quando põem a ética – princípio máximo da categoria - de lado em troca de um punhado de moedas, jantares e influência.

O vídeo abaixo representa um pouco a indignação de futuros profissionais de jornalismo, atualmente recém formados pela Faculdade da Cidade do Salvador. Eles não se deixaram abater pelo acontecido e continuam acreditando que, independentemente do diploma, continuarão jornalistas e militantes em prol da exigência do canudo.

Parabéns a todos os parceiros de profissão!


03 abril, 2010

“FREE LANCER?” É O CACETE! VOCÊ É BISCATE MESMO!


Que mania de gringo essa dos nossos colegas de comunicação que, depois de receber um chute na bunda da empresa a qual era efetivo e fudido, ir aumentar a fila do desemprego por aí, achar de se classificar como “free lancer”, só para amenizar a sua condição de fazedor de biscate; "biscateiro".

Infelizmente, nenhum profissional está livre do processo de enxugamento que vivem as redações e assessorias de comunicação, mas, do fundo do meu mal querer, vibro quando isso acontece com o pró-ativo da empresa; o prestimoso, que acha que se fizer o serviço de três irá o sobreviver a cortes na empresa. Coitado! É um dos primeiros que pulam fora.

Frustrado, e ainda sonhando em ser readmitido, volta de tempos em tempos à firma fingindo ir rever os colegas. Aí vem todo aquele papo de incentivo e consideração pelo companheiro mandado embora por quem ainda não foi despedido:

-Oi fulano, como está? O que anda fazendo? E o novo emprego? Já encaminhado?

Para ficar por cima da “carne seca”, o “chutador de latas” responde:

-É, to com alguns contatos aí, mas não vou querer. Tô de saco cheio disso tudo; bater cartão, entrar e sair no horário estipulado pelo chefe. Agora trabalho pra mim, tô fazendo uns “freelas” aí.

Tomar no c... com esse termos gringos. Para ser mais claro, e poder dar uma iluminada na cabeça sebosa desse povo, essas pessoas acham que fazer biscate é ser free lancer, a exemplo do fotógrafo, esse sim free lancer, Peter Parker, dos quadrinhos da Marvel.

Na condição de Homem-Aranha, alter ego de Parker, ele ganha a vida fazendo fotos de suas ações contra os bandidos. Depois as vende ao “pão duro” do J. Jonah Jameson, editor do Clarim Diário, jornal que na ficção está situado na ilha de Manhattan, em Nova Iorque.

Ao contrário de Parker, o nosso free lancer brasileiro não ganha $ 300 por fotografia, nem por meia dúzia delas. O biscateiro nacional tem mais é que se contentar com R$ 50 reais por dia, e olhe lá se tirar isso.

A saída não é outra: buscar empreender, e com boas idéias, suas e de amigos, com especialidades distintas, abrir uma empresa, o que muito poucos de nós jornalista sabemos fazer.

Mas não ha outra alternativa nesse mercado cada vez mais cruel, competitivo e que valoriza a mão de obra barata, que muitas vezes está associada à mão de obra pouco competente.

É isso ou o candidato à “profissional liberal”, que de liberal só tem o fato de estar liberado de pagar as contas - e por isso vir a ser convidado a fazer parte do clube SPC/Serasa - tome rumo, cate o que ainda lhe resta de FGTS, e corra para a “Ilha do Rato” para garantir sua Ford Pampa, modelo 1989. Quem sabe assim não dá pra ganhar algo melhor fazendo “frete” na frente da feira de São Joaquim, porque tá fácil não...